Há quem diga que 2020 é o ano das mudanças. Nós, particularmente, preferimos acreditar que é o das adaptações. Para além das consequências tristes da pandemia mundial e dos efeitos do COVID-19, este foi um ano muito importante para entrarmos na nova fase do mundo digital e darmos boas-vindas para o mais fiéis dos públicos até agora: os nativos-digitais.
Criado pelo educador Marc Prensky, em 2001, a expressão surgiu para definir todos os nascidos após 1980, cujos desenvolvimentos biológicos e sociais andaram em conjunto com o avanço tecnológico. Com computadores, videogames, celulares e aparelhos eletrônicos às suas familizarações, esse grupo se destaca pela sua facilidade em obter informações e pelo forte apelo crítico. Depois da dominação dos millennials nas redes sociais, chegou a vez da geração Z.
De acordo com um relatório da plataforma Hootsuite, 2020 foi um ano crucial para as mudanças na área do marketing digital. Nossos hábitos de consumo, de comunicação e de como consumimos as redes sociais foram afetados diretamente pela pandemia e terão consequências eternas no modo em que nos comportamos online. Porém, a maioria dessas mudanças foram muito positivas.
Depois de reunirem uma pesquisa com mais de três mil funcionários da área de marketing, mais de 30 experts e vários analistas industriais, conseguiram enxergar as previsões que foram concluídas para este ano tão desafiador. Dentre elas, os principais resultados são: o brand purpose, o poder astronômico do TikTok e foco digital em grupos demográficos.
Definido como o termo do marketing de 2018, pela Association of National Advertisers (ANA), brand purpose (ou propósito de marca) refere-se às marcas que se dedicam a fazer alguma transformação social importante, que traz impactos positivos para determinados grupos da sociedade. Segundo o relatório de tendências globais da KPMG, de maio deste ano, marcas que se engajam positivamente no crescimento social da população crescem 2.5 vezes mais do que as com poucos impactos, além de possuírem funcionários mais felizes e engajados. Isso tudo resulta ainda num crescimento de 134% das ações de mercado dessa empresa. Ou seja, o resultado é sempre positivo. Entretanto, para o propósito dar certo, ele precisa ser verdadeiro.
Se tomarmos como exemplo as consequências do desenrolar do COVID-19 no mundo, podemos verificar algumas empresas que tiveram impactos positivos e negativos na sua reputação a partir das suas ações de combate à pandemia. Em março, com o desdobramento da doença no Brasil, algumas empresas como Claro, Ambev, Microsoft e Linkedin se destacaram por tomar ações que favoreciam não só os seus stakeholders, como também toda a sua comunidade.
Enquanto algumas faziam doações de álcool gel para pessoas em vulnerabilidade, liberação de serviços e produtos para melhorar a qualidade do trabalho home office e auxiliaram financeiramente instituições públicas, outras, como a influenciadora digital Gabriela Pugliesi, pareceram não se preocupar com os impactos das suas ações e as opiniões do seus seguidores.
A verdade é que os nativos digitais não perdoam. Por serem tão rápidos, dinâmicos, e críticos, não se contentam com ações que não são definitivamente positiva ou verdadeira. E é nesse cenário que o TikTok se destaca. Depois do aplicativo chinês atingir a faixa de 2 bilhões de downloads em abril, durante a quarentena, segundo dados do SensorTower, e travando uma briga política com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a plataforma se consagrou como um forte destaque para estratégias de publicidade e ads online, sendo o favorito da geração Z, que ocupa a faixa de 42% dos usuários ativos – seja pelo seu conteúdo de humor ou pela facilidade de conectar com o mundo todo.
Enquanto isso, essa nova rede social, que já um sucesso no seu país de origem desde 2016, antes de ser disponibilizado para o resto do mundo em 2018, consegue continuar a ganhar destaque pelos seus métodos não tradicionais de publicidade e por ser o melhor espaço para as marcas experimentarem. Não são apenas vídeos ou peças publicitárias – são campanhas completas, que se misturam com entretenimento. Seja com micro ou macro influenciadores, o que vai garantir o sucesso na plataforma é a forma com que o seu conteúdo vai se destacar dos seus concorrentes.
Por fim, o foco em grupos demográficos vem provando que o mercado das estratégias em plataformas digitais precisa ser estudado de forma mais assertiva e preparada a partir da necessidade de cada cliente. O público gosta do sentimento de pertencimento, de ser ouvido. Não adianta querer estar presente em todos lugares, falando com todos os públicos e ocupando todos os espaços, se o seu público não vai conseguir te alcançar. Se tem uma coisa que a pandemia provou para as marcas ao redor do mundo é que os consumidores estão prontos para terem conversas curtas, diretas e informais através das suas redes sociais e, a partir disso, ajudarem a desenvolver estratégias a longo prazo e a aumentar o seu valor de marca.
O segredo, na verdade, é que os seus clientes querem se sentir parte do seu negócio. Se pudéssemos resumir os recados que 2020 nos enviou, diríamos que já passou da hora das marcas serem transparentes e verdadeiras com os seus públicos e com os seus propósitos, além de quererem ouvir e serem ouvidas.
Se você quiser aprender como construir estratégias com resultados verdadeiros e positivos para a sua marca e destacá-la no mercado, continue acompanhando o nosso portal de notícias, atualizado diariamente com dicas e informações sobre o mercado do Marketing Digital e não deixe de se inscrever na nossa newsletter!